Abordagem da Dor na população idosa.

Abordagem da Dor na população idosa.

A dor na população idosa é um problema sério de saúde pública que necessita de ser diagnosticado, avaliado, medido e devidamente tratado pelos profissionais de saúde de primeira linha, uma vez que são esses os agentes/profissionais capazes de, através de diversas ações, minimizar a co-morbilidade e melhorar a qualidade de vida desses idosos.

Envelhecer não é necessariamente um obstáculo à vida, mas sim, o envelhecimento sem saúde e sem qualidade de vida.

Muitas queixas do idoso relacionadas à dor são atribuídas à idade e consideradas próprias no processo de envelhecimento. Deixam, assim, de ser tratadas, o que vai influenciar negativamente a qualidade de vida na velhice. Diante desta consideração, observa-se a necessidade de se ter um olhar mais critico e reflexivo em relação a esta problemática. Esta situação piora sempre, na presença de situações de Demência, em que esta comprometida a capacidade do idoso se expressar efetivamente.

Desta forma, os profissionais de saúde, que de um modo geral convivem de forma mais próxima com os idosos, devem desenvolver uma sensibilidade para prestar atenção mais detalhada a algumas demonstrações que denunciam dor, como por exemplo os movimentos corporais, expressões faciais, ou a solicitação frequente de medicação.

O profissional de saúde ao centralizar as suas ações para o bem-estar do ser humano, avaliando a dor no idoso, têm condições de intervir de uma maneira mais adequada, implementando um cuidado que possa proporcionar o alivio da dor e o conforto ao individuo, dando uma condição de vida mais humana, a fim de que o idoso possa enfrentar positivamente o seu quotidiano e ter uma qualidade de vida mais satisfatória.

A dor crónica é hoje considerada como um fenómeno complexo e multifatorial, que envolve aspetos orgânicos e psicossociais, e interfere sobremaneira na qualidade de vida da pessoa idosa. A dor confronta o idoso com sua fragilidade e ameaça sua segurança, por vezes, impedindo o convívio social, a realização das atividades de vida diária, consome o seu rendimento mensal e esgota de modo físico e psíquico tanto o próprio como a família ou o cuidador.

O sentimento de solidão e o sofrimento, muitas vezes pela falta de companhia ou de uma solução, é uma questão subjetiva e está vinculada aos valores da pessoa, levando a um sentimento de angustia, vulnerabilidade, perda de controle e ameaça à sua própria integridade.

Desta forma, é muito importante estar atento a esta questão da dor, e o médico de família ou da especialidade deve ser o melhor aliado.