Quando e como usar suplementos alimentares no idoso.

Quando e como usar suplementos alimentares no idoso.

O processo natural do envelhecimento leva a uma série de alterações no organismo que incluem a necessidade de ingestão de mais nutrientes para a manutenção da boa saúde. 

Porém, a perda do apetite, digestão mais lenta, disfagia, que provoca dificuldades para engolir, e problemas dentários, entre outras consequências da idade, impactam o consumo alimentar e, consequentemente, de substâncias importantes, como proteínas, carbo-hidratos, vitaminas, minerais e até de calorias.

Por isso, para evitar a perda de peso e de massa muscular, muitas vezes, os suplementos alimentares são indicados por médicos e nutricionistas. Mas não são todos os idosos que vão precisar. 

A indicação do uso de suplementos por meio de produtos industrializados ou receitas caseiras é apenas realizada quando o consumo é menor que 70% das recomendações diárias via alimentação.

Outro critério de dar suplementos é quando ocorre a perda de peso, em torno de 10% nos últimos seis meses, sem alterações de hábitos de vida, como dieta ou atividade física por exemplo. Quando a perda é de 5% do peso total em três meses também pode ser indicativo de utilização suplementar, segundo alguns especialistas. O ideal para qualquer prescrição de suplementos, será a consulta de um especialista em nutrição.

Outras razões que contribuem para o uso de suplementos são as que estão relacionadas com as alterações secundárias ao envelhecimento como a deficiência visual, de olfato e do paladar, redução de dentes, diminuição da secreção gástrica, imunodeficiência, dificuldade de ingestão, sequela de doenças neurológicas, anorexia do idoso, deficiência vitaminica e/ou de microelementos e alterações hormonais.

Questões socioeconómicas – baixos rendimentos, solidão, isolamento. Doenças associadas – infeções, osteoporose, insuficiências cardíaca e renal, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, má absorção intestinal de nutrientes. 

As interações medicamentosas – devido a medicamentos que alteram o apetite, a digestão, o metabolismo, a utilização e a excreção de nutrientes e alterações no padrão alimentar…

Ao se constatar alguma deficiência nutricional, é orientado e aconselhado o uso de suplementos. Além disso, de uma maneira geral, os idosos apresentam uma deficiência, principalmente na ingestão proteica, relacionada às carnes bovina, suína, de aves ou peixes. Para termos uma ideia, os adultos necessitam, em média, consumir de 0,8 a 1 g de proteína por quilo de peso. Já para as pessoas acima de 60 anos, a recomendação é de 1,2 a 1,5 g/kg para melhorar a imunidade e a manutenção da massa muscular.

Desta forma, verifica-se na analise inicial, se o consumo de proteína está adequado, já que são fundamentais para a formação da massa muscular. Caso se constate a falta de outras substâncias, é preciso acrescentar nutrientes, para evitar uma série de problemas, entre eles a baixa imunidade que pode levar a uma condição de saúde mais delicada. As deficiências podem ser corrigidas com alimentação direcionada e/ou suplementos. Feito este ajuste, após um período, deve verificar-se através de um controlo analítico como estão os índices e valores para se saber  se mantém ou não esta suplementação. 


Forma de usar os Suplementos:

Existe uma variedade de marcas e composições, incluindo versões com e sem sabor. Estas ultimas facilitam a adição a comidas e outros preparos. Assim como a indicação correta do suplemento, seguir as instruções é fundamental, pois o uso inadequado não traz o resultado esperado. 
Deve-se, ainda, escolher a melhor hora do seu consumo para não atrapalhar a refeição seguinte, por isso, a orientação de um nutricionista é importante para estabelecer a dosagem e o horário.

Receitas caseiras:

É possível elaborar a complementação nutricional de forma artesanal para ser adicionada no momento do cozimento das refeições, aumentando, por exemplo, o suporte de proteína. Vários nutricionistas sugerem o preparo caseiro de receitas como caldo de carne em cubos. Cozinha-se uma quantidade de carne, que pode ser acém, músculo, coxa de frango, com temperos e faz-se um caldo suculento. Processa-se o cozido que pode ser acondicionado em formas de gelo para ser congelado e adicionado durante a confecção de feijão ou outros pratos, aumentando-se assim a quantidade de proteína na refeição. É também possível preparar concentrados de fontes de proteína vegetal, como ervilha e grão-de-bico, etc. 
Pode procurar na internet, onde encontrará diversas formas e receitas bastante nutritivas.

Outra alternativa é adicionar leite em pó nos iogurtes. Basta diluir uma quantidade duplicada do item em pó para apenas uma porção líquida. Assim, eleva-se o valor nutricional para duas porções, sendo que a ingestão corresponde a apenas uma. Com isso, aumenta-se a ingestão nutricional, em quantidades que consigam ingerir. Podemos também acrescentar 1 ou 2 ovos cozidos às sopas, por exemplo.

Uma orientação importante para uma alimentação mais saudável – fundamental para a pessoa idosa, deve ser baseada com ingredientes o mais natural possível e minimamente processados, evitando os ultra-processados a todo o custo.